Introdução: A importância de um programa de Reabilitação Cardiopulmonar (RCP) e os efeitos benéficos do exercício após um programa de treinamento estão bem estabelecidos na literatura. Para que os benefícios sejam sustentados, o treinamento físico deve ser mantido após a conclusão das sessões supervisionadas. O objetivo deste trabalho foi verificar a manutenção da prática de realização de exercícios após alta do programa e a incidência de internações e idas ao pronto socorro no período avaliado. Métodos: Foram realizadas novecentas ligações no período de cinco meses para pacientes cadastrados no banco de dados do centro de reabilitação e que haviam participado do programa presencial entre 2012 e 2017. Ao final do programa os participantes receberam orientações quanto à manutenção da prática de exercício físico. Foram estabelecidos os seguintes prazos após o término do programa presencial para o contato telefônico: 6 meses, 1 ano, 2 anos, 3 anos e 6 anos. Os pacientes foram questionados quanto à: prática regular de exercício, volume semanal em minutos e quanto a novos episódios clínicos após o período da RCP supervisionada. Após a analise dos dados, os participantes foram divididos em 2 grupos com relação à prática de exercício físico regular: Grupo Ativo (GA) e Grupo Sedentário (GS) conforme o volume semanal maior ou menor que cento e cinquenta minutos semanais. Com relação à ocorrência de eventos foram divididos em 4 grupos: Sem Intercorrências (SI), Intercorrências Cardiovasculares (IC), Intercorrências Não Cardiovasculares (INC) e óbitos (OB). Resultados: A amostra consistiu de 571 participantes. Desses, 270 (47,3%) foram classificados como GS e 301 (52,7%) como GA. Foi observada tendência de crescimento ao sedentarismo com o passar do tempo após a saída da RCP. Entre os 270 pacientes do GS as intercorrências se distribuíram da seguinte forma: 47% SI, 19% IC, 31% INC e 3% OB; e nos 301 inidviduos do GA 82% SI, 8% IC, 10% INC e 0% OB. Conclusão: Os níveis de adesão ao estilo de vida ativo após um programa estruturado de reabilitação foram de 52,7%, com decréscimo progressivo entre o sexto mês e o sexto ano após a conclusão do período supervisionado. As ocorrências cardiovasculares e não cardiovasculares se manifestaram predominantemente no grupo que não se manteve ativo após o programa de reabilitação supervisionada.